"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa."
Olá pessoal!
Recentemente foi disponibilizado pelo Governo Federal o Macro Plano de Inclusão Digital, um relatório desenvolvido pela consultoria BDO Trevisan.
Talvez eu devesse estar presente na apresentação do plano (na primeira página tem um alerta em letras miúdas sobre a não existência do resultado completo do relatório na apresentação), pois fiquei sem entender alguns pontos. Por exemplo, na página 09 eles falam em 104 milhões de pessoas como público-alvo, mas na página 10 o número passa para 144 milhões. Mas enfim, é possível que eu não tenha interpretado as informações da forma correta.
Bom... O fato é que fizeram a lição de casa direitinho; incluíram planos com propostas para acesso nas escolas, telecentros e acesso individual (facilitando as formas de aquisição de computadores). Até falaram sobre a importância do apoio da "Alta Direção" (Presidência da República) - isto é fundamental para qualquer grande projeto, que envolva alto investimento e mudanças.
No plano proposto o Governo Federal deve focar inicialmente os grandes municípios, dessa forma será possível incluir digitalmente 75% do público-alvo (que é de 174 milhões de pessoas) em um período de 5 anos.
Aparentemente, uma coisa linda né?!?!?! Pois é... Mas deixa eu perguntar:
"Pra que ensiná o povo a mexê no computadô?!?!"
Aiiii caramba!!!! Perguntinha estúpida né?!?!?! Aprendendo a operar o computador todos poderão ter seu endereço de e-mail, perfil no Orkut e acessar o chat e software de comunicação instantânea. E, de tabela, o Brasil fica com um número bonitinho de incluídos no mundo digital.
Hummmm... Interessante... Agora deixa eu justificar minha pergunta:
De que adianta incluir digitalmente uma pessoa se ela é excluída socialmente?
Pois é... Se você acompanha a algum tempo os textos que eu escrevo deve estar comentando: A algum tempo você defendia que Inclusão Digital era sinômino de Inclusão Social!
Realmente eu defendia essa idéia, pois acreditava nisso. Mas com o tempo percebi que uma coisa é uma coisa, e outa coisa é outra coisa (embora relacionadas).
A Inclusão Digital facilita a Inclusão Social. Diversos serviços são muito mais fáceis ao se utilizar a Grande Rede, por exemplo: Eu não sei como consultar o histórico dos políticos candidatos, projetos em votação e tudo mais que acontece no Congresso Nacional se não for através da Internet, citando exemplos somente na política, já que estamos em ano de eleição. Mas todos que a usam, sabem o quanto a Grande Rede facilita a nossa vida.
Mas para que essa Inclusão Social através da Inclusão Digital ocorra, é necessário que alguns pré requisitos sejam atendidos.
Como ensinar processamento de texto para uma pessoa que mal consegue interpretar um texto?
Como ensinar planilha de cálculo para uma pessoa que mal sabe fazer cálculos aritméticos básicos?
Pois é... Acho que agora concordamos que existem problemas sérios a serem resolvidos antes que querer proliferar a informática né?
Precisamos de uma educação pública com qualidade, e isso quer dizer que é fundamental uma remuneração justa para nossos professores e uma reestruturação na forma de ensino.
Resolvendo esta questão poderemos pensar na inclusão digital permitindo a inclusão social.
O projeto Células de Estudo usa a informática como meio para que os alunos se desenvolvam culturalmente. Procuramos não formar "operadores de computador", mas "agentes de mudança" que traçam planos para realizar seus sonhos.
Reflexão Conclusiva
Enquanto digito este texto estou no trem indo para a empresa. Observo um casal de jovens (cada um aparenta ter, no máximo, 20 anos) com duas filhas, uma com mais ou menos 04 anos e outra com 2 anos, no máximo. As duas crianças estão com a mãe, enquanto o pai brica com o celular acompanhado de dois amigos. A bebê começa a chorar, a mãe fala para ela ir com o pai, ela caminha quase caindo pois o trem está em movimento. O pai e um dos amigos xingam a criança ("Sua FDP! Fica quieta!") em um tom "meio que de brincadeira" (se é que existe tom de brincadeira aos usar esses termos com uma crianças).
Pois é... Mais um casal precoce de futuro incerto, o que vai ser deles? E das filhas atuais e das que possivelmente virão?
Esse tipo de situação me incomoda muito, pois o que podemos enxergar é uma família desestruturada e sem perspectivas. E crianças que correm o risco de crescer sem um sonho. Pessoas que não vivem, mas sobrevivem na luta do dia a dia.
Essa é uma das motivações para a existência do projeto Células de Estudo: Ajudar as pessoas a terem sonhos e lutar por eles, e não simplesmente sobreviver dia após dia. Também "provocamos" cada um para ser um agente de mudança e transformar o ambiente onde vive.
Encerramento
É isso aí pessoal! Fiquem a vontade para postar seus comentários ou enviar seus e-mails, concordando ou discordando do que escrevi.
Muito obrigado!
Um abraço,
Alessandro.
4 comentários:
Matou a pau, gostei de ver. Você foi muito feliz em seu comentário.
Olá Ale,
Seu post foi perfeito, e me fez lembrar de algo que estudei:
"AS CRIANÇAS APRENDEM AQUILO QUE VIVEM"
Se uma criança vive criticada, aprende a condenar.
Se uma criança vive com maus tratos, aprende a brigar.
Se uma criança vive humilhada, aprende a se sentir culpada.
Se uma criança é estimulada, aprende a confiar.
Se uma criança vive em segurança, aprende a ter fé.
Se uma criança é valorizada, aprende a valorizar.
Se uma criança vive no equilíbrio, aprende a ser justa.
Se uma criança é bem aceita, aprende a respeitar.
Se uma criança vive na amizade, aprende a ser amiga.
Aprende a encontrar o amor no mundo.
Dou graças a Deus pela vida deste grupo que tem se levantado como agentes de mudanças nesta terra tão difícil.
Parabéns, Força e Fé!!!!!!!!!
Bjs
Excelente iniciativa! Precisamos conscientizar mais e mais o povo Brasileiro e incentiva-los a "botar a mao na massa". O potencial do voluntariado eh enorme uma vez que as pessoas se envolvam!!!
Olá pessoal!
Agradeço os comentários! Fico feliz em ver cada vez mais pessoas assumindo a responsabilidade na transformação do país!
Abraço a todos!
Alessandro.
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